
Novidades sobre o AIAG e VDA FMEA 1ª Edição
Logo após a publicação conjunta, em 19 de Setembro de 2017, do draft da nova versão do Manual do FMEA, pela AIAG (Automotive International Action Group) e pelo VDA (Verband der Automobilindustrie), escrevemos um artigo para destacar as principais mudanças contidas na nova versão. Clique aqui para ler!
Depois de alguns adiamentos, a previsão para a publicação do novo Manual, chamado de Manual AIAG-VDA FMEA 1ª Edição está confirmada para o final do segundo trimestre de 2019.
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Decidimos então reescrever este artigo, para atualizar as mais recentes informações sobre as mudanças que devem ser consolidadas entre o Draft e a Publicação Final. Destacamos 5 pontos principais:
1) Abordagem em Sete Passos:
Recomenda-se que o modo de falha e análise de efeitos deve ser realizada em sete passos para alcançar melhores resultados com o FMEA (Eficácia) e uma gestão melhor de recursos (eficiência), na condução dos trabalhos de FMEA.
Estes sete passos são aplicáveis aos FMEAs de Projeto (Design FMEA) e de Processo (Process FMEA) e consistem em:
1º Planejamento e Preparação: definir escopo, preparar FMEAs de referência, com as lições aprendidas incorporadas e definir funções e responsabilidades das equipes de trabalho.
2º Análise da Estrutura: para o DFMEA é o entendimento dos níveis sistema, subsistema e componentes que fazem parte do projeto, para o PFMEA é o entendimento do processo de manufatura como um todo, bem como o entendimento dos elementos do trabalho do processo, baseado nos 4Ms.
3º Análise das Funções: descrição detalhada das funções e requisitos para o DFMEA e PFMEA, preparando para uma descrição mais completa dos modos, efeitos e causas de falhas.
4º Análise das Falhas: para o DFMEA esta etapa é orientada pela análise de falha e a cadeia de falhas, tornando mais robusta a relação Efeito, Modo e Causa de Falha, para o PFMEA esta etapa é orientada para a análise de falha do elemento foco, efeitos para os níveis superiores e causas baseadas nos elementos de trabalho (4Ms).
5º Análise de Risco: tanto para o DFMEA quanto PFMEA, são baseadas nas tabelas de Severidade, Ocorrência e Detecção e na tomada de ação baseado nas tabelas de Prioridade de Ação, considerando riscos baixo, médio e alto.
6º Otimização: definição de ações de prevenção, detecção, situação das ações (status de implementação), bem como as evidências de implementação.
7º Documentação dos resultados: registros para gerenciamento interno e informações para os clientes.
2) Dinâmica de Preenchimento do Formulário de FMEA:
A dinâmica de preenchimento atual – “Fill in the blanks”, onde o manual explica o que é cada coluna, deixando a equipe preencher as células de cada linha do formulário em branco com informações é substituído na nova versão pelo “método dos sete passos”, onde o manual explica o objetivo de cada passo, evitando erros pois leva em consideração um fluxo de preenchimento lógico, onde um passo seguinte é sempre dependente de um passo anterior que necessita ser preenchido previamente.
3) Alteração das Tabelas de Pontuação:
Tabelas de Severidade, Ocorrência e Detecção: foram modificadas para facilitar o entendimento e a escolha das notas de pontuação. Na maioria dos casos foram acrescentadas novas colunas para exemplificar melhor as situações de aplicação das notas das tabelas.
4) Uso da Prioridade de Ação (PA);
O NPR foi substituído pela Prioridade da Ação (PA), a qual estabelece um critério com base na combinação da severidade, ocorrência e detecção para priorização das ações a serem tomadas.
A tabela de Prioridade de Ação, atribui uma classificação Alta, Média e Baixa (H, M e L nas siglas em inglês) cobrindo 1000 combinações possíveis de pontuações dos três índices. Com base nessa classificação, deverá ser orientada a robustez e o prazo das ações.
5) Inclusão do FMEA-MSR:
Foi incluído na nova versão o FMEA Suplementar para Monitoramento e Resposta do Sistema (FMEA-MSR), que pode ser usado como suplementar ao DFMEA, analisando a eficácia do monitoramento de diagnóstico e resposta do sistema na manutenção da segurança funcional do veículo (além da consideração de segurança, o método também pode ser usado para análise de tópicos de conformidade regulatória).
Bem, agora resta esperar que finalmente o Manual seja publicado, para que a expectativa com as mudanças se transformem no desafio de realizarmos a transição para a nova versão, começando pela qualificação dos colaboradores, elaboração dos primeiros FMEAs pilotos na nova versão e a consolidação das novas práticas dentro das organizações, nas interfaces com clientes e com a cadeia de fornecedores.
Co-autor:
Gilberto Strafacci
Engenheiro Mecânico pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Especialista em análise de desempenho de empresas pela FGV, engenharia pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Master Black Belt pelo Setec Consulting Group e pela SixSigma.us (Toronto). Certified Six Sigma Black Belt pela American Society for Quality (ASQ). Certified Scrum Master pela Scrum Alliance e Facilitador certificado LEGO® SERIOUS PLAY®.