
O que aprendi sobre motivação analisando cachorros, tribos e agentes de transformação.
Com a consolidação da melhoria contínua como filosofia em diversas empresas, a motivação cada vez mais nos faz sair de nossas rotinas e processos em busca de transformações para organização. Nessa busca, sempre que precisamos mobilizar os agentes de transformação e os grupos multifuncionais atuantes em projeto, surge a indagação de como gerar engajamento e motivação em prol de um objetivo comum: o resultado.
Nesse final de semana tive a oportunidade de acompanhar uma sessão de adestramento do cachorro da minha irmã. O processo ainda está bem no começo, de tal forma que os truques eram bem simples, o adestrador incentivava os comportamentos de sentar, deitar e passear, através da recompensa com petiscos. O processo é embasado tecnicamente no behaviorismo, observada em experimentos como da Caixa de Skinner (onde ensina um rato a pressionar uma barra para beber água) que através do condicionamento operante, associa uma recompensa ou uma punição a determinado comportamento. Dessa forma, então, há um estímulo para se repetir o comportamento desejado até que o mesmo já esteja padronizado no animal.
Olhando melhor essa técnica fica claro, sob diversos aspectos, que não somos tão diferentes dos cachorros (ou dos ratos) e podemos correlacionar a teoria não só com comportamentos, mas com tudo que tange a construção da personalidade de uma pessoa. Para encontrar as respostas dessa correlação, é necessário entender de onde vem nossos estímulos e quais estímulos foram marcantes de forma positiva ou negativa, construindo a personalidade que temos hoje. A grande incógnita desta fórmula (se é que existe uma), trata-se do fato de que estimular repetições de movimentos, ou o aprendizado de uma nova técnica é mais “simples” do que construir uma personalidade motivada, já que para esse tema não existe um ideal de personalidade definido (qual o perfil ou personalidade ideal de um colaborador motivado?). Portanto para alcançar esse objetivo precisamos ter comunicação e um esforço constante em gerarmos empatia, mas não é possível motivar sem entender o estímulo correto, e entender que regras de recompensas nem sempre irão funcionar da mesma forma.
Analisando esse ponto entramos no segundo tópico a ser abordado, o das tribos. Assistindo a palestra do Seth Golding sobre tribos, onde o principal assunto abordado são os padrões de grupos (por ele denominados “tribos”) que são formados com pessoas de interesses comuns, cheguei a conclusão de que todos pertencemos a diversas tribos ao longo da nossa vida, seja a dos amigos da faculdade, do grupo que gosta de animais, dos colecionadores, etc… Independente do grupo a qual pertencemos, sempre percebemos um padrão seguido por seus integrantes permitindo que idéias sejam mais rapidamente lançadas, divulgadas e disseminadas. Quando a ideia migra de uma tribo para outra através de pessoas comuns a mais de uma delas, é provável que a mesma viralize. Sendo assim, não precisamos convencer toda uma população, se identificarmos os padrões e trabalharmos em conjunto com aqueles que são formadores de opinião dentro desses grupos, de forma orgânica, esse ideal será difundido pelas conexões existentes nesses grupos.
Finalizando com o terceiro tópico, a mobilização dos agentes de transformação e multiplicadores em projetos. Observando meus projetos e grupos que conduzi, os conceitos abordados se repetem, e em meio a diferentes cenários, muitos dos padrões acabavam tendo uma resposta comum. Portanto entendo que o modelo para gerar engajamento não só dos agentes de transformação, mas também de qualquer grupo multifuncional, é necessário garantir comunicação, gerar empatia, criar os gatilhos corretos e entender os padrões, criar um ambiente de tribo ou identificar a tribo a qual o grupo pertence, atuando sobre os formadores de opinião permite que se reduza a resistência e assim alcançar os resultados.
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