
Dois perfis de procrastinadores nas organizações: Hipo-Go e Hiper-Go

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É natural pensarmos que somos medidos e avaliados (intrínseca e extrinsecamente) por nossas entregas e nossas conquistas. Porém, apesar da nossa medida primária de sucesso estar associada ao fim, quando estamos em meio às atividades em desenvolvimento, criamos um sensação de conforto que justifica nossa ocupação ademais do resultado prático. Essa proteção tem um nome: resistência.
A resistência pode ocorrer de duas formas bastante peculiares. Primeiramente pela falta de iniciativa e excesso de planejamento através da avaliação em demasia e ocupação do nosso tempo no levantando de mais e mais informações. Pesquisa em excesso é uma forma de procrastinação perigosa pois, nesses casos, criamos a desculpa perfeita de que a atividade já está em andamento.
Por exemplo, investir tempo na pesquisa exploratória de mais referências sobre um assunto do que você será capaz de ler e absorver é uma forma de resistência. Ganhar tempo pedindo informações detalhadas do seu fornecedor ou área cliente para entender a capacidade da entrega ou escopo do trabalho é uma forma de resistência.
Esse perfil de profissional, segundo Seth Godin pode ser chamado de Hipo-Go. Eu prefiro chamá-lo de “freio de mão puxado”. É aquele perfil que racionaliza, redefine, reavalia, reflete sobre, questiona e questiona mais um pouco – mas nunca começa de fato. Ou pior, nunca finaliza. É o profissional-gerúndio sempre em avaliação e construção do modelo ideal.
O indicador que mede esse profissional é a quantidade de tempo dedicada à construção de algo sobre o tempo dedicado à avaliação, desenho e pesquisa teórica sobre esse tema. Sem dúvidas, essa razão será menor que um.
O segundo perfil de profissional é aquele que também procrastina, porém pelo excesso de iniciativas. Como ele está sempre começando algo, ele nunca tem tempo para finalizar qualquer coisa.
Esse é o profissional Hiper-Go, ou como eu prefiro chamá-lo de “ladeira a baixo”. É aquele perfil com um caderninho de ideias que nunca foram a frente por culpa do estado, da economia, da empresa, do chefe, da família ou de alguém que já implantou a ideia antes dele. É aquele sujeito que organiza o churrasco dos amigos e não aparece na festa. Esse profissional não se responsabiliza pois tem o dever e o poder divinos de pensar sobre o futuro.
O indicador que mede esse profissional é a quantidade de tempo dedicada à construção efetiva de algo sobre a quantidade de tempo dedicado ao início de novas ideias não estruturadas. Sem dúvidas, essa razão também será menor que um.
Obviamente, planejamento é necessário assim com estarmos abertos a novas ideias e iniciativas. Porém, em excesso, trata-se do nosso cérebro primitivo nos dizendo para não fazer nada. A resistência, se tivesse consciência, nos enganaria pois se veste de cuidado ou excesso de começo.
Vale, assim, a reflexão: De qual dos limites você está mais próximo? E o que está esperando para realmente fazer e entregar algo novo? O exercício para vencer a resistência é, antes de mais nada, ganhar consciência e manter a vigilância.