
A briga de streamings no Brasil vai pegar fogo – e isso é possível pela revolução digital
Os serviços de streaming estão cada vez mais populares, possibilitando ao assinante assistir sua série, documentário ou filme favorito quando (e aonde) quiser. Nos Estados Unidos e Japão a concorrência entre os serviços de streaming é maior que no Brasil, já que nesses países existem muitos outros serviços tais como Amazon Prime, Hulu, Fox Play, HBO GO e o tão famoso (ou famosa conforme se identifica no twitter) Netflix. Também já é sabido que Disney está trabalhando em seu próprio serviço de streaming e que deve ser mais barato que a Netflix. Ou seja, se a briga já é dura, ficará ainda maior (para nossa alegria).
No Brasil temos alguns desses serviços, porém é fato que a Netflix domina sem incômodo algum nosso mercado. Obviamente, além da sua qualidade, diversidade e preço, a inexistência de concorrentes à altura permite essa predominância. Soma-se também o perfil conservador do brasileiro em termos de apego às grandes e primeiras marcas.
Porém, essa liderança pode estar cada vez mais ameaçada. A Hulu, empresa de origem americana, grande concorrente da Netflix, parece que finalmente irá desembarcar no país. Também, em formato diferente, foi anunciado o Sky Play, um novo serviço de streaming, mais parecido com o serviço do NOW (da NET/Claro).
Afinal, parece que a digitalização da forma que consumimos conteúdo é um caminho sem volta através dos serviços chamados de OTT’s. OTT significa “over-the-top”, termo usado para a entrega de conteúdo de filmes e TV pela internet, sem exigir que os usuários assinem um serviço tradicional de TV a cabo ou por satélite.
Para os que não conhecem, a Hulu vem se destacando desde 2017 após vencer alguns Emmys com suas séries originais nos EUA, o que acaba mostrando que não é só a Netflix que está mandando bem em conteúdo próprio. Lá eles já possuem 14% do mercado, atrás somente da Netflix com 40%.
Além disso, conforme reportagem publicada no site Tele.Síntese, a Sky Brasil, operadora de TV por assinatura via satélite, está prestes a lançar sua versão multi-tela para quem já é cliente da empresa. O aplicativo, batizado Sky Play, terá ferramenta de vídeo sob demanda por streaming, mas também vai trazer canais lineares.
A digitalização aparentemente reduziu a barreira de entrada, reduzindo a necessidade de investimentos em infraestrutura e possibilitando maior foco na interface e conteúdo. Assim, o mercado fica mais interessante e atrativo. Cabe lembrar que a Revolução Digital está associada a mudanças eminentes nos modelos de negócios, e consequentemente, refletidos na oferta e entrega de produtos e serviços.
Vale lembrar que também há uma tendência das pessoas ficarem cada vez mais em casa. Em 1990, a chamada ” Nostradamus do Marketing”, a nova-iorquina Faith Popcorn fez algumas previsões de comportamento, como o surgimento do encasulamento, a vontade de ficar em casa. Ela previu que, conforme o mundo exterior se torna muito difícil e ameaçador, um número cada vez maior de pessoas transforma suas casas em verdadeiros ninhos – fazem nova decoração, assistem filmes e utilizam a internet para fazer suas compras. Isso é um prato cheio para os serviços de streaming.
Mais opções de serviços, maior quantidade de conteúdo original, maior mobilidade e briga por preços. Acredito que essa concorrência vai fazer bem ao mercado, gerando pressão por pacotes mais flexíveis e melhores serviços que, ao final, irão beneficiar o consumidor. O único desafio vai ser deixar de maratonar para curtir a luz do dia.